Não foi em 1964, mas sim em 1991 que li os primeiros quadradinhos daquele que iria ser o livro de BD da minha vida.
A minha avó paterna tinha comprado um serviço de jantar e como oferta vinha um calhamaço de capa muito vermelha, que ela logo decidiu dar à neta mais velha, porque era a única que gostava de ler.
Recordo-me de estar muitas vezes sentada à mesa, à hora do almoço, completamente extasiada a ler "Toda a Mafalda", e de ouvir a minha avó muito irritada a dizer: "Maldita hora que lhe fui dar o raio do livro, agora não o larga nem para comer!!!!"
Esse livro de capa vermelha depressa passou a livro sem capa, porque essa capa acabou por deixar de existir, não me perguntem porquê, nem como, nem onde foi parar.
Anos mais tarde peguei o vício da Mafalda à Brá, que assim como eu, tinha a mania de ler nem que fosse apenas uma tirinha antes de adormecer.
Quando algum tempo depois o livro foi reeditado, eu e a Brá rapidamente o comprámos, ela porque não tinha nenhum e eu porque o outro estava bem velhinho. Mas.... desilusão total!!!! A tradução era mesmo mesmo mesmo muito má. Não tinha nada a ver com o original. Não... Há coisas que não podem ser substituídas.
E ainda lá está, aquele velhinho sem capa, com folhas já soltas, meio amarelado, mas cheio de simbolismo e com um grande significado para mim...
Mais uma vez estive em Tavira e não o trouxe....... Nem me lembrei, para ser honesta. E agora tenho saudades....
Aqui fica um bocadinho do seu humor... O primeiro sketch faz-me lembrar uma história, e não será só a mim. Brá, lembras-te quando tínhamos esta conversa??? Só faltou mesmo a parte da agressão fisíca, looooool!!!!!