Era uma vez, numa cidadezinha à beira mar, duas moçoilas muito destrambelhadas, que adoravam fazer das suas. E a história que se segue é uma das muitas histórias passadas com elas; tinha que escolher uma, e, sem razão especial, esta foi a que decidi contar...
Estas duas amigas, como já foi dito antes, eram umas destrambelhadas de primeira, uma mais que outra, não vou dizer qual delas, até porque este conto não vai ter nomes envolvidos, mesmo ao estilo Saramaguista. Certa tarde de sexta-feira, acabadas as aulas, benditos fins de semana que demoravam sempre tanto tempo a chegar, por essas e por outras é que as moscas à sexta feira voam mais devagar; dizia eu, certa tarde, juntaram-se as duas, e muito sorrateiramente, foram ao supermercado mais recôndido possível, talvez não erre se disser que foi o Marrachinho, que ficava lá para o outro lado da ponte. Comprar o quê? Perguntar-se-à você, caro leitor, ou mesmo as próprias pessoas de quem reza a história, "o que teremos nós ido comprar nessa sexta feira, o quê, mas o QUÊÊÊÊ???" Eu digo...uma garrafita de Baileys, foi isso que compraram, a bela da garrafa de Baileys onde afogavam as mágoas de quando a quando.
Depois de jantar, com a garrafa de Baileys escondida no casaco, ou talvez dentro de uma das malas, lá foram as duas, sem mula nem Beast of Burden (era o nome das motoretas das mecitas), porque quem conduz não pode beber, e eram malucas, mas ainda tinham tino para tomar (algumas) decisões sensatas. E a butes, lá foram descendo a Avenida até ao Jardim. E no jardim abancaram. É claro que o que acontecia nas noites em que saím, elas e a garrafa, era mais do que apanhar uma simples bebedeira, mas era todo um ritual que obedecia a regras do arco da velha.
Inicialmente, esfregavam as mãos de contentamento, também podia ser do frio, e rigozijavam-se, tal qual duas poucochinhas, por estarem sentadas no banco de um jardim deserto (esqueci-me de mencionar que estes rituais eram feitos quase sempre nas noites frias de Inverno, daí o Baileys, para aquecer o corpo e a alma). E aí começam a matracar, atropelando-se uma à outra, as suas histórias que há dias lhes andava a fervilhar no cérebro, até àquele instante em que deitavam tudo cá para fora, historietas mirabolantes, contos de fadas dos tempos de hoje, misturando viagens com amores e desamores, onde eram protagonistas, sempre na pele de irresistíveis mulheres fatais.
Mas, nessa noite, antes de abrir a dita garrafa, uma delas lembrou-se que tinha mesmo que ir à casinha de banho, estava aflita, não podia esperar, e não ia começar a beber de bexiga cheia. "Mas onde queres ir fazer xixi a esta hora? Está tudo fechado, não aguentas mesmo??" responde a outra: "Tou aflitinha, vamos até às casas de banho públicas, tem mesmo que ser!"
E como o que tem que ser tem muita força, foi mesmo. Uma ficou à porta, a vigiar, e a "vítima" foi aliviar-se numa casa de banho com cheiro a ratazanas mortas, e que não era limpa, provavelmente, desde o dia que Camões perdeu o olho, mas tinha mesmo que ser.
De repente, a que vigiava deu um grito, pareceu-lhe ver alguém conhecido lá ao fundo da rua, e a pobre que estava na casa de banho, assustada e sem saber o que se passava, quis pôr-se a milhas, mas quanto mais depressa mais devagar, e as calças não queriam subir, e o fecho não queria fechar...e...e...e...
...E afinal não era ninguém, era apenas o nervoso miudinho a falar mais alto, o receio de ser apanhada, ali naquela rua escura, àquela hora da noite. Foi então que se lembrou: como a outra se demorava (coitada, toda atrapalhada com o fecho das calças), abriu a garrafa e empinou-a pela garganta abaixo, tal qual um bêbedo relaxado. Abro aqui um parêntese para dizer que a seguinte sequência de acontecimentos aconteceu TODA ao mesmo tempo:
Enquanto a boca de uma se enchia de Baileys numa golada gigante, a outra salta de dentro da casa de banho com as calças na mão, assustadíssima, a perguntar: "O que é que foi?? O que é que foi??" e para um desfecho em grande, dois polícias aparecem do nada (o que só prova que as moças não deviam estar a fazer muito alarde) e ficam embasbacados a olhar para aquela cena: Uma de calças na mão e outra de garrafa empinada, àquela hora da noite, num beco escuro e malcheiroso. Felizmente, com a mesma rapidez que surgiram do nada, assim desapareceram, e não tiveram a oportunidade de as ver ficar vermelhonas como um tomate.
E para quem pensa que elas ficaram de rabo entre as pernas, após terem sido apanhadas pela bófia naquelas tristes figuras, estão muito, mas muito enganados. A garrafa marchou toda nessa noite,a noite ficou para a história, como uma das mais divertidas de sempre e a história veio parar a este blog...foi uma vez...
Estas duas amigas, como já foi dito antes, eram umas destrambelhadas de primeira, uma mais que outra, não vou dizer qual delas, até porque este conto não vai ter nomes envolvidos, mesmo ao estilo Saramaguista. Certa tarde de sexta-feira, acabadas as aulas, benditos fins de semana que demoravam sempre tanto tempo a chegar, por essas e por outras é que as moscas à sexta feira voam mais devagar; dizia eu, certa tarde, juntaram-se as duas, e muito sorrateiramente, foram ao supermercado mais recôndido possível, talvez não erre se disser que foi o Marrachinho, que ficava lá para o outro lado da ponte. Comprar o quê? Perguntar-se-à você, caro leitor, ou mesmo as próprias pessoas de quem reza a história, "o que teremos nós ido comprar nessa sexta feira, o quê, mas o QUÊÊÊÊ???" Eu digo...uma garrafita de Baileys, foi isso que compraram, a bela da garrafa de Baileys onde afogavam as mágoas de quando a quando.
Depois de jantar, com a garrafa de Baileys escondida no casaco, ou talvez dentro de uma das malas, lá foram as duas, sem mula nem Beast of Burden (era o nome das motoretas das mecitas), porque quem conduz não pode beber, e eram malucas, mas ainda tinham tino para tomar (algumas) decisões sensatas. E a butes, lá foram descendo a Avenida até ao Jardim. E no jardim abancaram. É claro que o que acontecia nas noites em que saím, elas e a garrafa, era mais do que apanhar uma simples bebedeira, mas era todo um ritual que obedecia a regras do arco da velha.
Inicialmente, esfregavam as mãos de contentamento, também podia ser do frio, e rigozijavam-se, tal qual duas poucochinhas, por estarem sentadas no banco de um jardim deserto (esqueci-me de mencionar que estes rituais eram feitos quase sempre nas noites frias de Inverno, daí o Baileys, para aquecer o corpo e a alma). E aí começam a matracar, atropelando-se uma à outra, as suas histórias que há dias lhes andava a fervilhar no cérebro, até àquele instante em que deitavam tudo cá para fora, historietas mirabolantes, contos de fadas dos tempos de hoje, misturando viagens com amores e desamores, onde eram protagonistas, sempre na pele de irresistíveis mulheres fatais.
Mas, nessa noite, antes de abrir a dita garrafa, uma delas lembrou-se que tinha mesmo que ir à casinha de banho, estava aflita, não podia esperar, e não ia começar a beber de bexiga cheia. "Mas onde queres ir fazer xixi a esta hora? Está tudo fechado, não aguentas mesmo??" responde a outra: "Tou aflitinha, vamos até às casas de banho públicas, tem mesmo que ser!"
E como o que tem que ser tem muita força, foi mesmo. Uma ficou à porta, a vigiar, e a "vítima" foi aliviar-se numa casa de banho com cheiro a ratazanas mortas, e que não era limpa, provavelmente, desde o dia que Camões perdeu o olho, mas tinha mesmo que ser.
De repente, a que vigiava deu um grito, pareceu-lhe ver alguém conhecido lá ao fundo da rua, e a pobre que estava na casa de banho, assustada e sem saber o que se passava, quis pôr-se a milhas, mas quanto mais depressa mais devagar, e as calças não queriam subir, e o fecho não queria fechar...e...e...e...
...E afinal não era ninguém, era apenas o nervoso miudinho a falar mais alto, o receio de ser apanhada, ali naquela rua escura, àquela hora da noite. Foi então que se lembrou: como a outra se demorava (coitada, toda atrapalhada com o fecho das calças), abriu a garrafa e empinou-a pela garganta abaixo, tal qual um bêbedo relaxado. Abro aqui um parêntese para dizer que a seguinte sequência de acontecimentos aconteceu TODA ao mesmo tempo:
Enquanto a boca de uma se enchia de Baileys numa golada gigante, a outra salta de dentro da casa de banho com as calças na mão, assustadíssima, a perguntar: "O que é que foi?? O que é que foi??" e para um desfecho em grande, dois polícias aparecem do nada (o que só prova que as moças não deviam estar a fazer muito alarde) e ficam embasbacados a olhar para aquela cena: Uma de calças na mão e outra de garrafa empinada, àquela hora da noite, num beco escuro e malcheiroso. Felizmente, com a mesma rapidez que surgiram do nada, assim desapareceram, e não tiveram a oportunidade de as ver ficar vermelhonas como um tomate.
E para quem pensa que elas ficaram de rabo entre as pernas, após terem sido apanhadas pela bófia naquelas tristes figuras, estão muito, mas muito enganados. A garrafa marchou toda nessa noite,a noite ficou para a história, como uma das mais divertidas de sempre e a história veio parar a este blog...foi uma vez...
6 comentários:
Ainda me lembro da cara do polícia! E das nossas figuras!
Acho que a cena dava um quadro... tens de pensar nisso! lol
Juntas sempre fizemos a festa toda!
Tantas histórias para contar.
Adorei a tua história, como sabes sempre gostei da maneira como escreves. E emocionei-me porque escolheste uma história nossa ;)
P.s. A ver se esta noite escrevo o meu conto, vocês puseram a fasquia muito alta ;P
Há tantas histórias que podiam ter sido contadas, cada uma mais divertida k a outra, mas esta realmente foi uma das melhores. Não imagino o k passou pela cabeça dos "monos" ao verem-nos de garrafa à boca e de calça na mão, e axo k nem kero imaginar...
Que vergonha! Estou escandalizado...
Oh pa, isso fa-me lembrar tantas figurinhas..... Ui... :)
Já conhecia esta história... durante meses não se falou de outra coisa em Tavira!!!
Eh eh eh, não me digas?????? O k vale é k tou nos Açores, aki ninguém sabe de nada, aliás, já não faço dessas figurinhas!!!!!!!!!!!!!!
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